A morte

Ninguém está preparado para perder alguém que ama. Seja velho ou novo, esteja doente ou são que nem um pêro, seja uma morte natural ou acidental. A verdade é que vivemos na ilusão que a vida daqueles que amamos é eterna. Adiamos a resolução de conflitos, mantemos picardias infantis porque simplesmente não damos o braço a torcer. Não dizemos o quanto gostamos por nos parecer maricas e lamechas. A verdade é que acabamos por desperdiçar tempo do mais precioso que existe. A única coisa que não se compra. A única coisa que não tem retorno possível.

É claro que não é sempre assim. É claro que quem amamos sabe que nós o sentimos. É claro que as relações não são feitas apenas de zangas. O problema é que tendemos a empolar os conflitos e a descuidar os carinhos. E o mais caricato é que não admitimos isso.

Quando a morte de alguém nos bate à porta, se não é de alguém das nossas relações directas, vêm as comparações sobre o que custa lidar com as diferentes mortes. Se a morte é inesperada custa mais. Se a morte é resultado de uma doença prolongada é expectável logo mais suportável. Se a pessoa é mais velha custa menos, se a pessoa é nova custa mais. Se tinha filhos custa mais. Se não tem então custa menos. Tudo se ouve. Se isto, se aquilo, se coisíssima nenhuma porque a dor é insuportável quando quem parte é alguém que amamos.

A minha mãe tinha uma doença incurável e bastante agonizante. Após três anos de grande sofrimento, deixou-nos. Faltavam quinze dias para o meu casamento. Tinha 46 anos. A morte veio como uma bênção para ela. Para nós, foi a pior prova que tivemos de enfrentar. A morte era esperada mas nem por isso estávamos preparados para ela. No entanto, há várias reacções. Uns abatem-se, outros têm de ser fortes para ajudar os que não se aguentam. Os mais fracos choram. Os durões também, mas sozinhos. Uns perguntam-se porquê. Outros também mas adiantam logo resposta. Cada um tem de se defender como melhor sabe. Outros simplesmente não conseguem.

Com o passar dos dias, tudo vai retomando a normalidade. Quem chorou connosco já não chora mais. Voltaram às suas vidas, e a sua presença quase sufocante nos dias em que tudo se passa, dá lugar a uma completa ausência. Temos de seguir em frente e encontrar novos motivos para sorrir. Temos de tirar uma lição de vida e pô-la em prática. Temos de avançar e sobreviver porque daqui a nada já ninguém se preocupa se temos ou não temos vontade de trabalhar e produzir como antigamente. Se não estamos a 100%. Se não nos apetece andarmos sempre com um sorriso nos lábios.

Aproveitam-se todas as mínimas comemorações para ficar alegres. O meu casamento foi uma delas. Outra, a comemoração do fim de curso do meu irmão com direito a visita do primeiro-ministro e tudo. Foi uma festarola. Umas largas centenas de polícias alinhadinhos e muito engraxadinhos debaixo da torreira de sol de Julho. Um sol tão intenso, que de vez em quando lá cai um, direitinho que nem um soldadinho de chumbo. Tudo filmado e fotografado, estávamos felizes. Muito felizes.

O dia seguinte amanheceu com um telefonema. Era o meu pai. Sabes do teu irmão, pergunta-me. Não? Digo eu sem saber muito bem o que pensar. É que quando acordámos, ele não estava em casa, e a tua avó diz que ele não voltou depois de ter ido passear o cão, explica. Já telefonaste à namorada? Insisto. Sim, ela também não sabe dele.

Demorámos 3 horas a reconstituir o seu percurso e a saber do seu paradeiro. O pior confirma-se. Encontrou um dos melhores amigos que já não via há algum tempo. O amigo tinha um carro novo e foram dar uma volta ao quarteirão. Um carro embateu no deles a poucos quilómetros de nossa casa. Morreram os dois. Tinham 22 anos. Nunca vimos o filme da sua formatura.

Uma morte inesperada de um filho no início de vida versus uma morte agonizante de uma mãe de três filhos. Qual custa mais aos que ficam? Qual é mais difícil de superar? Não é possível comparar. A morte não se aceita. Suporta-se. A revolta não desaparece. Aprende-se a lidar com ela. As saudades não acabam. Transformam-se. A falta que nos fazem não é preenchida com nada. O seu lugar nunca será ocupado.

Então o que nos resta, se o cenário é assim tão negro. Se a perda é assim tão insuportável, como é que vamos continuar? A resposta é simples. O que nos resta é viver. Viver o dia-a-dia a sério e não fingir que se vive. Aproveitar o tempo que temos para acarinhar os que amamos. Viver o presente, lembrando o passado, mas com os olhos no futuro. Viver para ser feliz. E fazer viver na nossa memória aqueles que já não se encontram ao alcance de um beijo.

A vida é feita de histórias. Umas mais felizes que outras. Outras mais tristes. Existe para ser vivida e simplesmente um dia acaba. O que eu aprendi? Que não quero perder tempo com o que não interessa. Nem a dar valor a quem o não merece. Aprendi, que uma morte custa. Mas que a felicidade vai voltar a aparecer. Aprendi que existe sempre uma história pior que a nossa. Aprendi que há coisas que simplesmente não vale a pena comparar. Aprendi que todas as vidas têm o valor do nosso amor por elas.

Reaprendi a ser feliz. É o que interessa.

51 Comentários:

Blogger Nana disse...

è um tema triste.. mas que temos de nos habituar a encarar com naturalidade.. ainda hoje faleceu o pai do meu cunhado.. Acho que nunca encararemos a morte como algo certo.. sei la... faz sentido o que disse??? se calhar nao!!!
Bjos

11:58 da tarde  
Blogger Mocas disse...

Nem sei o que dizer, nem sei se é essencialmente feliz ou triste aquilo que li... é com certeza uma lição de vida das mais valiosas que já tive, e disso não tenho dúvidas. De há uns anos para cá, esperada e inesperada, a morte levou algumas pessoas de quem gostava muito...o que me assusta não é ela, é o sofrimento que ela causa, nos que ficam e nos que vão.

Obrigada e um beijinho para ti
Mocas

12:21 da manhã  
Blogger Alda Benamor disse...

Linda,
acho que foi o post mais bonito que já escreveste - sem pôr em causa a beleza de todos os outros, claro! :).

Disseste tudo. Não é preciso dizer rigorosamente mais nada!...

1:26 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

... acredito k tudo tem 1 início.
... acredito k tudo deve ter 1 fim.
... acredito k é necessário aceitar a morte para k a vida se torna novamente aceitável.

2:32 da manhã  
Blogger Clara disse...

Cada vez que escreves, consegue-se ver o outro lado da tua alma (como se tivesse lado...)
Linda lição de vida a tua, lamentando, obviamente as perdas...
É a altura ideal para te retribuir os beijinhos carinhosos que me deixaste.

8:22 da manhã  
Blogger Tão só, um Pai disse...

Só hoje consegui dar com este canto. Bolas, pá, isto és TU, como eu te pensava. E que bem TU és.

Sobre o tema do post, traz-me sempre um turbilhão de sentimentos e pensamentos incontrolados. Lembro-me da morte dos meus, como raízes que me arrancam e não consigo substituir. E quanto menos existirem, mais só vou ficando neste mundo. Para concluir que a morte é e será sempre cruel, para os vivos e para muitos dos que morrem.

8:42 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

A coragem de seguir em frente sabendo que vamos ser felizes e que os que partiram estarão sempre connosco é a melhor maneira de encarar a vida, não é?

E amar os que ficam e não ter medo de ser piegas por dizê-lo, é isso que tento fazer.

Emociono-me sempre ao ler estes textos pois lembram-me os meus...
Beijinhos

9:18 da manhã  
Blogger carla disse...

Olá minha querida

Está tudo dito e em grande parte sempre pensei como tu, é lógico que sofremos com a perda de alguém, mas a vida continua e temos de saber lidar com ela da melhor forma e acima de tudo temos de ser felizes...

Obrigada por este lindo texto.

Beijocas
Carla

9:22 da manhã  
Blogger scaf disse...

Lindo e estou sem palavras....bolas que mulher forte tu és!
Beijinhos
Susana

9:24 da manhã  
Blogger AnaBond disse...

:)
Sabes que concordo contigo...

beijo

9:56 da manhã  
Blogger kikas disse...

A grandelição de vida realmente é reaprender a ser feliz...ainda bem que o conseguiste!
É perante grandes perdas que se redefine a nossa vida e se conclui que há que saber viver, pessoas mesquinhas não interessam por isso tudo o que não vale a pena perder tempo pôe-se de lado!
Aprendemos a ser muito selectivos e a dar muita importância a pequenas coisas!
beijocas grandes
kikas

10:08 da manhã  
Blogger Diana Bento disse...

Tenho apenas os olhos cheios de lágrimas e a pele arrepiada. Não tenho palavras...

10:12 da manhã  
Blogger Mãe Babada disse...

Admiro-te pela forma como sempre lutas-te e acima de tudo como conseguistes superar todas essas provas que a vida pões no teu caminho!

Mais uma vez te dou todo o valor!

Um Forte Abraço

10:27 da manhã  
Blogger Xana disse...

Gostei muito deste texto, Sandra.

10:33 da manhã  
Blogger sandra disse...

Sandra,
Li o texto arrepiada do início até ao fim...
Lindo, como todos, aliás...
E consegues pôr por palavras aquilo que todos sentimos..
Afinal de contas, muitas vezes a felicidade e o sofrimento quase que andam de mãos dadas...

bjs e não mudes nunca esta tua maneira de estar perante a vida..

Sandra

10:41 da manhã  
Blogger Anna^ disse...

Hoje...aqui...aprendi contigo!
Encontrei alguma força para enfrentar aqueles dias de recordação dolorosa.Obrigada Sandra!
E mesmo c os olhos cheios de lágrimas a minha admiração pela pessoa que és,cresce...a tua garra fascina-me...ai Mulher quando fôr grande quero ser como tu!
Um beijo enorme!

10:44 da manhã  
Blogger carlag disse...

Este texto guardei-o especialmente.
A morte é um fim, como todas as coisas na vida. Tudo tem um fim, tudo é efémero. Por isso como dizes, devemos valorizar mais o que temos de bom...

11:06 da manhã  
Blogger lénia rufino disse...

estou simplesmente sem palavras...

11:22 da manhã  
Blogger Célia disse...

Li e reli o teu post... e mais uma vez me identifiquei com as tuas palavras... gostava era de conseguir enfrentar a vida com a enfrentas... sempre com um sorriso nos lábios!
Continua a encantar-nos com as tuas histórias de vida, a escrever tão bem como escreves e acima de tudo continua a seres tu!
Obrigada por te ter conhecido!
Muitos beijos

11:48 da manhã  
Blogger Karla disse...

Não imagino o que seja passar por isto.

Mas não podia deixar de te dizer que escreveste uma das frases mais bonitas e cheias de significado que já li: "todas as vidas têm o valor do nosso amor por elas". Se não te importas, vou passar a citar a propósito. Que texto tão bonito!

11:55 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

"A verdade é que vivemos na ilusão de que a vida daqueles que amamos é eterna" ?

A verdade é que isso depende da experiência, história pessoal e sensibilidade de cada um.

12:36 da tarde  
Blogger Ana Rangel disse...

Eu ainda não consigo comentar o texto... só te posso dizer que gostei. Gostei muito... :)

E que não gosto de picuínhas...

Beijinhos!

1:34 da tarde  
Blogger Anabela disse...

Olá minha querida
neste momento só consigo dizer que te admiro muito e que me sinto uma previligiada em te ter como amiga.
Beijinhos

3:07 da tarde  
Blogger Maria João disse...

Sandra,
Depois que fechei o blog, tenho andado aqui muito pouco. Comento ainda menos, pois as razões que estuveram na decisão de o fazer doem-me ainda.
Mas porque sei exactamente do que falas (sofri a minha grande perda em Outubro passado), tive de passar aqui para deixar um beijinho grande. E para te dizer que, apesar de ter muita raiva, de ser difícil não pensar constantemente que ainda há menos de 9 meses tinha por cá a minha sobrinha, de ter umas saudades tão pesadas como a pedra do seu túmulo, ser difícil não ter aquele género de pensamentos "é a primeira vez que fazemos isto ou aquilo sem a Inês", tenho feito tudo para acarinhar os que amo. Não há dia que passe que lhes não diga que gosto deles. Tanto família como amigos.
Porque isso é que é importante. E tento sempre separar o importante do meramente acessório.
Um beijo muito grande para ti, que mantenhas esse teu rumo de força!

Um beijo.

3:28 da tarde  
Blogger sandra disse...

Sem palavras...

4:05 da tarde  
Blogger Leonor C.. disse...

Passei há alguns anos pela morte da minha mãe... A MÃE que lutou por mim que nem uma loba luta pela sua cria! Foi mãe, pai e a família toda a partir dos meus treze anos!Não morreu nova como a tua, tive-a mais tempo comigo: oitenta e dois anos. Quando ela morreu tive a sensação de ter perdido a minha "árvore", entendes?...Fiquei só, sem uma referência... Agora ,que também sou mãe, sei dar mais valor a certas coisas que não fiz, que não disse... Mas nós nunca podemos fazer tudo. Tudo é tudo, é muito, não tem limite e nós somos limitadas, mas elas souberam que nós as amámos...mesmo sem grandes palavras. Mãe sente!
Gosto muito de ler-te. Beijos.

4:52 da tarde  
Blogger Vilma disse...

Lindissimo post..com sentimento, com dor, com vida... a morte é sempre dificil de aceitar, mas ela não é o fim! É apenas o começo de algo que está para além da nossa compreensão humana! Um abraço!

5:16 da tarde  
Blogger rosinha_dos_limoes disse...

Admiro a tua força! E a forma como escreves o que sentes. E concordo contigo.

5:25 da tarde  
Blogger Miragem disse...

Só agora (às 17:50) vim ler este post. Estava com medo de ter que lidar com a morte ainda hoje.
Espero que desta forma ensines muita gente a reaprender a ser feliz. Eu vou tentar aprender.
Obrigada
Beijos.

5:51 da tarde  
Blogger Mamuska disse...

Realmente a morte é um tema muito dificil de se falar, principalmente porque recordamos aqueles entes queridos que partiram. A tua história sem dúvida faz-nos pensar e acreditar que a vida por vezes tem mesmo que seguir em frente e temos que tentar ser felizes com aqueles que cá ficam e guardarmos na memória aqueles que ficaram!
Beijos grandes sandra :)

7:26 da tarde  
Blogger LP disse...

Lindo!

Admiro-te muito!

Beijinhos

10:43 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Caramba que histórias de vida...

Perder alguém que amamos é de facto a maior dor....e o que nos resta e que é tão português... A saudade!!!!!
Tenho tantas tuas avô...

um beijo Carla

10:53 da tarde  
Blogger Cláudia disse...

Divido-me entre um beijinho mimado de parabéns pelo texto e um beijinho mimado de conforto e de admiração pela tua postura e determinação...

11:39 da tarde  
Blogger nuvem cor de rosa disse...

Este há-de ser mais um comentário no meio de muitos k já aqui estão. Provavelmente até vai passar despercebido... Mas queria dizer-te k cheguei aki hoje pela primeira vez e pela primeira vez estive a ler as tuas histórias. É bem como dizes no cabeçalho... o k escreves dá para rir e chorar... e foi isso k aconteceu comigo. Obrigada por teres uma forma tão bonita de passar os teus sentimentos cá para fora, mesmo que sejam memórias de momentos tristes. Obrigada e um bjnho grande.

10:27 da manhã  
Blogger Jolie disse...

Quebrando uma regra que estabeleci a mim própria, sobre o não responder aqui aos vossos comentários, deixando este espaço totalmente entregue às vossas opiniões, só quero dizer que nenhum comentário aqui deixado, ou em qualquer post por mais antigo que seja, vai passar despercebido.

:)

Um beijinho e obrigado
Sandra

10:30 da manhã  
Blogger Fernanda disse...

Gosto da maneira como escreves e expões as coisas.
Em relação a este tema, as tuas palavras fazem todo o sentido, mais do que outras que algum dia li.
Em relação a ti, fico feliz por teres reaprendido a ser feliz!
Beijo grande
~º(",)º~
Fernanda

12:52 da tarde  
Blogger Ana Luísa disse...

Nem sei o que dizer... Este texto, apesar de triste, é belo pela forma como foi escrito...
Este assunto assusta-me muito... Nunca perdi ninguém próximo e vivo (quase) obssecada com medo que essas pessoas deixem de existir, materialmente, de um momento para o outro. Não sei o que faria...
Parabéns pela forma como tudo está tão bem 'transmitido' :)
Até breve,
bjs.

5:17 da tarde  
Blogger Alice disse...

Sandra,
conhecia apenas uma parte desta história. Estou comovida e arrepiada.
Admiro-te muito pela força que transmites, pela forma como lidas com a vida, pela forma linda como escreves o que te vai na alma.
Não te conheço pessoalmente mas este post vem reforçar a minha ideia de que deves ser uma mulher com M grande.
Fica um xi muito apertado e sincero.
Alice

6:39 da tarde  
Blogger ni disse...

Comoveu-me tanto este post...
Obg pela coragem e por partilhares conosco estas coisas.
Beijos e abraços

12:40 da manhã  
Blogger Mamã disse...

Olá!
Apesar do tema achei lindo!
Para a frente é que está o caminho!

Jinhos,

11:28 da manhã  
Blogger Unknown disse...

é sempre bom aprender, que se deve reapreender...essa é uma das maiores virtudes do ser humano, acreditar nele, e ir em frente.
força

7:03 da tarde  
Blogger Marta disse...

adorei o teu blog...está maravilhosamente bem escrito e permte-nos uma viagem n tempo pois sentimos cada palavra.
a morte de quem amamos é sempre um dor que nos afoga...temos de ter força de vir à superficie, por nós e por quem cá ficou.
pareces-me uma mulher de bastante coragem e força. parabéns...o teu blog dava um livro :).
bj

5:43 da tarde  
Blogger Oumun disse...

Acho que não há nada a dizer , está tudo dito...
Só me resta deixar-te um grande beijinho e dizer-te que fiquei a conhecer um pouco do teu "eu" que desconhecia e a perceber um pouco mais alguns post's e que se alguém merecia o "milagre da vida" que tão bem descreves no post abaixo esse alguém és Tu com toda a certeza....
Mais uma vez um grande beijinho

1:31 da manhã  
Blogger Mamã Dora disse...

Apenas consigo dizer que és realmente forte...

BEIJINHOS

Dora

4:55 da tarde  
Blogger Bluejustin disse...

Admiro a tua força.Que sejas feliz!

6:28 da tarde  
Blogger Sara MM disse...

Não há nada a dizer a quem sofreu o que sofreu mas reaprendeu a ser feliz.... parabéns, seria ridiculo!
Nem dá para acreditar... mas o que te doi nao tem remédio, portanto ainda bem que segues em frente sem procurar outras curas...
Só nos resta mesmo aproveitar o que temos, porque tudo é muito relativo e é uma sorte estarmos cá.... mais, podes ver no meu bloguinho...
BJs grandes, sem fim

12:39 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

E pensar que por vezes perdemos tempo com ninharias, zangando-nos, quando a vida pode acabar num segundo e deixarmos tanto por aproveitar e desfrutar. São vidas como a tua que nos deviam fazer pensar e viver.

2:19 da tarde  
Blogger Carlinha disse...

Olá Costinhas!
Vim hoje pela 1ª vez ao teu blog e ainda só li este texto. Devo dizer-te que me comoveu muito pois sinto exactamente tudo o que está aqui escrito.
Ao falar na morte, falamos inevitavelmente na saudade que sentimos de alguém que partiu. As horas parecem dias, os dias parecem semanas e, de repente, ao olharmos para o calendário, verificamos que passaram longos anos. Manteve-se inalterável a lembrança do perfume, do gesto, do sorriso. O tempo não apaga, mas aconchega a dor. Arranja-lhe um cantinho ao fundo do peito. E, nesse cantinho, a recordação permanece viva, iluminada, até ao fim da nossa vida. De vez em quando, tem que se arranjar mais espaço para que se consigam acomodar outras dores. Desarruma-se tudo, volta-se a mexer em todo o passado que se esconde na recordação de um desgosto vivido, de uma perda sofrida. A morte unifica-nos. Perante ela, sentimo-nos infinitamente pequenos e tudo se relativiza. Que interessam os problemas profissionais? Que importa não podermos ir ao Brasil no final do ano? O que separa a vida da morte não passa de uma frágil linha que a todo o momento ameaça quebrar-se. Por muito que queiramos arranjar airbags emocionais, face à perda, o único caminho é viver o luto. Entristecemo-nos, choramos, achamos que a vida perdeu todo o sentido. Cada pessoa vive a morte à sua maneira, sendo que a dor não tem, na sua essência, grandes diferenças. A manifestação da dor é que difere. A dor pode ser vivida no silêncio, como algo só nosso que não queiramos partilhar com mais ninguém. Algumas pessoas, perante a notícia da morte de outros (sobretudo quando falamos de alguém muito próximo como filhos ou pais), dizem ?eu não aguentava?, como se, de algum modo, apontássem o dedo a todos aqueles que perante essas perdas conseguiram arranjar força para continuar a viver. Costumo perguntar-lhes que alternativa teriam, certa que um ser humano aguenta a maior parte dos sofrimentos, sobrevive às maiores arguras que a vida lhe reserva. Certo é que um dia a ferida transforma-se em cicatriz. Aprendemos a conviver com a dor. Voltamos a conseguir sorrir e, com frequência, passamos a dar mais valor às pequenas coisas. Pensamos com carinho nos amigos que nos ajudaram a ultrapassar os momentos difícies. Espantamo-nos com a frieza de alguns que considerávamos próximos e com a delicadeza de outros com quem nem sequer pensávamos poder contar. A morte tem destas coisas. A realidade dá-nos uma estalada, e das duas uma, ou nos tornamos mais fortes apesar das cicatrizes emocionais, ou sucumbimos perante ela. Não existe terceira hipótese.

Queria ainda dizer-te que deves ser uma pessoa muito forte e concordo inteiramente com a frase "odas as vidas têm o valor do nosso amor por elas"
Beijinhos
Carlinha

2:25 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

ola
nem sei k dizer...
es muito forte continua assim.
este post fez me lembrar no quanto eu amo a minha avo e que nao quero perde la mesmo isso sendo inevitavel, mas fez acima de tudo sentir me mal por nao estar com ela porque nao tenho tempo... tempo isto e um aestupidez 5 minutos do meu tempo sao suficientes mas por estupidez esqueço me sempre de la ir ou entao penso que nao me apetece porque estou cansada... acho k kd a perder vou martirizar me mais do k agora por isso tenho e de aprender e mudar o k faço brigada pela ajuda...
jinhos fofinhos andreia e diana

1:28 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

é muito triste perdermos alguem que amamos e mâe temos só uma.Mas se é como contou de ela estar só a sofrer então foi uma benção de deus se ter lembrado de a tirar de tanto sofrimento.Eu graças a deus ainda tenho os meus vivos,mas já passei por vários amigos que morreram com essa maldita doença que nunca mais arranjam maneira de ter cura,e digo sinceramente que só pedia a deus que se lembrasse deles e os tirasse daquele sofrimento horrivel.Porque ainda por cima não podemos fazer nada,a unica coisa é fazermos de palhaços rir por fora e chorar por dentro.Bem mas a vida continua e temos que seguir em frente.
bjs.
Desejo-lhe toda a felicidade do mundo.

1:47 da manhã  
Blogger dinorah disse...

A Cate falou-me deste teu texto. Só hoje consegui ter coragem de voltar a olhar a net. Custa muito... Mas, sabes, a única felicidade que posso sentir neste momento de dor, é saber entre nós nada ficou por dizer, por esclarecer, por fazer, por sentir...
E acredito no reencontro. Tenho que acreditar. Espero cada dia que passa por ele...
Um beijo enorme

5:59 da tarde  

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